Matemática da eleição

A escolha dos deputados leva em conta o cálculo do quociente eleitoral

Juliana Gelatti

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A eleição dos deputados federais e estaduais é diferente da dos outros cargos que serão preenchidos em outubro. Presidente, governadores e senadores são eleitos ao se comparar a votação dos candidatos, sendo o vencedor aquele que tiver o maior número de votos. Essa é a eleição majoritária.

Mas, para os deputados, a eleição é proporcional, ou seja, primeiro as vagas no parlamento são divididas entre os partidos e/ou as coligações, e, depois, os candidatos mais votados de cada grupo são eleitos. O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Henrique Neves, explica:

_ O voto nominal a um candidato significa que eu estou votando naquele partido político e estou escolhendo o candidato para ser o primeiro colocado na lista daquele partido. Então, eu estou dizendo que quero que o partido tal me represente no Poder Legislativo e quero que, dentre estes candidatos do partido, o que me represente seja o fulano.

O sistema proporcional foi implementado no Brasil depois que o Rio Grande do Sul já havia adotado esse método, no governo Borges de Medeiros, há 100 anos. A intenção seria a de que os deputados eleitos representassem linhas de pensamento e segmentos da sociedade, representados por partidos e coligações, e não territorialidades.

Assim, o eleitor escolhe ser representado por um partido ou coligação e pelo candidato indicado por eles. Se o candidato preferido pelo eleitor não é eleito, os seus votos se somam aos demais da mesma legenda, que, teoricamente, melhor representaria o que o votante pensa e deseja.

Assim, um candidato que concentra muitos votos é chamado de puxador. Ele  faz com que sejam eleitos políticos com bem menos votos que os concorrentes de outros grupos. Por exemplo: em 2010, foi eleito o deputado federal Dr. Alexandre Roso (PSB) com 28.236 votos.

Ele estava na mesma coligação que Beto Albuquerque (PSB), que fez 200.476 votos, e Manuela D'Ávila (PC do B), campeã de votos,  com 482.590 votos. Também em 2010, o último eleito à Assembleia Legislativa precisou de mais votos que Dr. Roso. O candidato que conquistou a última cadeira de deputado estadual fez 30.817 eleitores: Cassiá Carpes (PTB).

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